Lembrou-se, hoje ao almoço, o meu pai de dizer que achava que o Fernando Santos não chegava ao fim da época. Esta observação, demasido óbvia tendo em conta os títulos dos jornais de hoje, só se torna pertinente pois quase de imediato é noticiada a saída do Nandinho. De facto não cehgou ao inal da época. De facto nem chegou ao final do dia. Desconhecia por completo os dotes de médium do meu pai.
No entanto, agora os analistas acham que era um final óbvio, já que depois da pré-época encarnada, Fernando Santos era o elemento mais fragilizado. Até aqui completamente de acordo. Só que também dizem que a saída do Simão e do Manuel Fernandes é que criou este problema ao treinador. - alto aí! No ano passado, o problema que foi criádo ao treinador foi a permanência do Simão, se bem me lembro.
A realidade é que o onze base encarnado que acabou a época passada foi: Quim; Nélson, D. Luiz, Luisão e Léo; Petit, Katsouranis, Karagounis e Simão; Nuno Gomes e Micolli
Deixa-me ver... saiu o Karagounis, o Micolli e o SIMÃO.
o Karagounis era o grego que esteve dispensado e foi reciclado, e que se afirmou definitivamente com o castigo do Nuno Assis. O Micolli, finda a passagem pelo "talho" da Luz, afirmou-se como uma pedra importante, mas que todos sabiam ser dificil de permanecer em terras lusas. Sobra Simão. Simão é realmente a grande baixa para a época que já iniciou. Era o motor do ataque benfiquista. A saída estranha de Manuel Fernandes só pode ser uma desculpa menor, visto que a grande vantagem de se manter o treinador e a equipa é manter-se também os automatismos e o fio de jogo. No fundo é manter a identidade da equipa.
Mas a realidade é que mesmo que mesmo que Fernando Santos elegesse uma equipa tipo: Quim; Nélson, D. Luiz, Luisão e Léo; Petit, Katsouranis, Nuno Assis e Rui Costa; Nuno Gomes e Cardozo, ou seja com apenas uma aquisição, a equipa parecia que nuna tinha jogado junta na vida. O que se passava é que eu às vezes questionava-me o que é que faziam nos treinos à porta fechada. Jogavam à sueca? A equipa simplesmente não tinha ideias, fio de jogo, identidade e subsistia à custa de laivos individuais, do Léo, do Micolli e sobretudo de Simão, ou seja dos baixinhos. E agora que saiu Simão é o que se vê. Porque Simão era um jogador de rasgos individuais, mas Rui Costa é o "maestro" e não solista, precisa de uma equipa que o entenda, que jogue e pense como equipa.
E se Fernando Santos não conseguiu num ano, por uma equipa com rotina no 4-2-3-1, a jogar minimamente em que táctica fosse, porque será que o ia fazer agora, quando perde o elemento mais importante e têm que integrar uma seríe de elementos novos, sendo que muitos deles são ainda apenas promessas?
Basta ver o (não) trabalho com Nélson (que que agora vai aprender e ter que trabalhar muito, com o Camacho). E seria pena que Adu, Coentrão, di Maria, não fossem devidamene acompanhados e não cresçam como jogadores.
Fazendo um balanço da Era Nandinho é dificil encontrar coisas boas. Ficou a dois pontos do Campeão e foi invicto em casa. Mas também paradoxalmente perdeu o jogo em casa. Foi eliminado da Champions por um acessível Celtic, da UEFA pelo Espanhol e caiu na Póvoa na Taça. A equipa a espaços jogou bom futebol, mas também era contagiada por um deserto de ideias tipo pontapé para a frente. Não apostava em jovens, ou melhor usava pouco o plantel e dizer que o plantel não tinha profundidade é uma questão no minimo duvidosa. David Luiz que estava empestado, só entrou mesmo por que teve muito que ser, depois até da adaptação de Katsouranis a central. E se não tivesse acontecido esse feliz conjunto de lesões, provavelmente o emprestado David Luiz já não morasse na Luz por falta de oportunidades para se mostrar. Por isso, não se pode afirmar da qualidade ou da falta dela do resto do plantel, porque simplesmente não se viram, e às vezes davam a ideia de andar lá para fazer número nas peladinhas.
A realidade é que o balanço é negativo e ninguém consegue dizer o contrário sem se rir. E este ínicio de época, apesar de sem derrotas, está a ser desastroso. Só não se percebe a tomada desta posição tão tardiamente por LFV. Ou melhor, percebe-se. É a teimosia de querer as coisas como se desejavam que fossem e não como elas são. É querer a estabilidade do plantel e do treinador. E se no plantel a realidade económica veio desmentir LFV, quanto ao treinador foi mesmo a realidade da pobreza futebolistica. E contra a verdade há pouco a fazer.
Nenhum comentário:
Postar um comentário